sábado, 22 de outubro de 2011

A Lua

Sempre tive fascinação pela lua. Poderia ser pelo sol, em sua intensa humildade, que de tão luminoso distribui essa luz para quem não a possui. Poderia, mas é a lua que me encanta. Talvez por ser mais próxima, mais impossivelmente palpável. Ganho noites olhando a lua. Digo ganho pois, para mim, passar horas absorta olhando-a não é nenhuma perda. No fundo acho que vejo na lua uma maneira de tornar a distância mais próxima. Devaneios sempre me perseguem, é a grande distração deles. Mas voltando ao inicio, a lua é uma distancia redutora. Desde pequena sempre a vi como uma dádiva Divina. Algo que é fidedigno seja embaixo dessa arvore ou do outro lado do mundo. Com o tempo percebi que não precisava ir tão longe pra permanecer com o mesmo pensamento. Talvez meu problema fosse pensar demais. Racionalizar demais. E me apegar a coisas simples demais. Era a lua. Redonda, luminosa. Mas a lua. E suas estrelas, que tornavam o céu suficientemente incrível para eu passar horas só de admiração. No meu intimo, sabia que não buscava ali a lua, em sua essência celestial. Era muito além, era infinitamente além. Ficava maravilhada com a perfeita imperfeição de seus traços. Como Deus é perfeito. A maior prova da perfeição Divina é essa, ver como perfeito algo imperfeito. Sentir completo algo incompleto. Deus nos preenche. E Ele sempre preencheu meus pensamentos, de formas inócuas, muitas vezes. Ela estava ali, brilhando, quase que me absorvendo. Me fazia viajar sem sair do lugar. Sugava-me sem fazer forças. Com o tempo percebi que ali não estava apenas a lua, nua, crua e linda. Estavam meus sonhos, meus tão almejados poderes. De ir além, de me desprender. Vendo-a ali, diante de mim, acompanhada de estrelas, iluminada pelo Sol, livre; podia me ver. Sendo iluminada pela luz de Deus, rodeada de amigos, família, e ali, viva. Pulsando. Algumas vezes com apenas uma parte de mim. Assim como a lua, em suas fases, muitas vezes mostra apenas uma face. Assim eu me via, me sentia. Algumas partes se foram com o tempo. Partes que jamais imaginei destituídas de mim. Como dói abrir mão de partes que antes víamos como nossa. Mas a lua me ensina, quando essas partes são suas, ainda que se vão, uma hora voltam. Algumas crateras foram imperativamente feitas e nunca preenchidas. Ficaram lá, vazias. Mas ainda assim, eu estaria ali. Brilhando. Viva. Porque, apesar de suas fases, de suas crateras e suas imperfeições, a lua continua brilhando. Continua viva. Em outros planetas, sua presença é indiferente. Mas Nesse planeta, Nesse tempo, Ela tem sua importância. E continua sendo essencial em um céu estrelado. Porque seu brilho não vem de outros planetas ou das estrelas que a acompanham. Vem do Sol que esta sempre disposto a ilumina-la.

- Uma autista.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

- Estrabismo Social


- Estrabismo Social
Artigo 5ª da Constituição:
"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, á igualdade, à segurança e à propriedade."
Espetacular! Nesse momento o seu ego subiu absurdamente, afinal de contas, você é igual a qualquer um (judicialmente, pelo menos). Esse parágrafo conforta os cidadãos e garante as mesmas oportunidades na busca de uma vida digna. LINDO! Aí você acorda, olha pra janela, e vê um indigente pedindo esmola na porta de um banco. E todo o magnífico artigo não sai do papel e dos sonhos. "Orgulho de ser brasileiro!" e orgulho de ser CEGO também! Você paga seus impostos? Foi uma pergunta retórica, obviamente. Paga por livre e espontânea pressão, e graças as afetuosas sanções, caso seja ousado em não pagar. Paga pra ver uma das maiores conquistas trabalhistas em ação - GREVES. E greves de tudo, pra não haver desigualdade. Ônibus, escolas, hospitais, universidades, bacos. E paga pra ver seu bolso esvaziar e o de outros encher. Vou fazer uma pausa e mostrar uma reportagem. Maranhão mais uma vez em lugar de destaque, afinal tudo de desagradável o envolve.
"ESTADOS MAIS POBRES TEM GOVERNADORES MAIS RICOS
São Paulo - Os dois estados com os piores índices sociais do País tem os dois governadores mais ricos do País, conforme as declarações de bens feita a justiça Eleitoral durante a campanha. Segundo a reportagem do jornal O Estado de São Paulo, os governadores reeleitos de Alagoas, Teotônio Viela Filho (PSDB) e do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) apresentam patrimonio pessoal de R$ 14,62 milhões e R$ 7.838.530,34"
É meus amigos, vamos ser solidários e doar cestas básicas a esses pobres governadores. E você se achando o máximo por ter dinheiro pra comer no MC Donalds. E, enquanto essa mísera vida desses líderes do povo (?) anda as mil maravilhas, mais de 16 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da miséria. Direito a Igualdade com essência Desigual? Nem Freud explica!
Será mostrado outra reportagem estilo trágica comédia pra evidenciar que o "Gigante pela própria natureza" deve ser substituido por "Gigante pela própria cara de pau".
"Luzianne Linz, do PT, é desde o ano passado a detentora do título de prefeita mas mal avaliada do país, segundo o Datafolha. Os ultimos acontecimentos mostram que ela não deve perder o trono tão cedo. Em fevereiro a prefeita tirou uma licença médica de dez dias. Voltou no grito de carnaval, envergando uma fantasia de joaninha, com direito a antenas e microssaias de bolinhas. Assim trajada, abriu a folia em Fortaleza, para, logo em seguida, bater asas em Salvador, onde curtiu a folia no camarote da cantora Daniela Mercury. Controu a artista para cantar no aniversário de 285 anos da capital. O show da Daniela Mercury custou R$ 385.000 reais. Pegou mal. O valor é maior que a dívida da prefeitura com um dos principais fornecedores de material siderugico da rede municipal de saúde."    Fonte: Revista Veja
Perdoe a negligência, mas o clímax da reportagem não foi postado: A prefeita, com extremo apresso pelos orientais, mandou construir um JARDIM JAPONES! E você lutando para que os buracos da rua sejam tapados.
Quanta Igualdade! Mas apenas criticar não efetiva uma mudança relevante. Nem todos tem (ou querem ter) acesso a essas informações. Mas não é preciso um grau de inteligência elevado para perceber que os "direitos" e os "fatos" estão longe de ser equivalentes. Posicione-se! Faça sua parte! E sejamos otimistas, daqui a mais 500 anos quem sabe a Igualdade seja descoberta.
- Priscyla O.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Da lágrima à vitória

Já sentiu a dor de uma fratura? Já viveu a dor de uma derrota? A auto-cobrança operando seu ser. A sensação de ter que dar o máximo a cada dia, submerso a dúvida de não saber se o concluirá. Chegar ao seu próprio limite, sendo ele, até então, desconhecido. Derramar lágrimas de esgotamento, sem saber se valerão a pena. Sentir cada gota de suor sair pelos seus poros levando um pouco da força que lhe resta. “Determinação!” “Lute!” “Você consegue!” Quantas vezes essas expressões foram pronunciadas... e quantas vezes elas fizeram a diferença. Esforço! Fome! Dor! Palavras inerentes às rotinas, quase que absorvidas e expelidas, simultaneamente, pela derme. Não é uma vida pra quem vive da certeza, da segurança. Ser atleta é pautar-se no foco, e apenas nele. É viver condicionado ao tamanho da sua vontade. É traçar linhas desconhecidas em busca do lugar almejado, A VITÓRIA! Mas é também aprender que caminhar é estar pré-disposto a cair. Que Vitória e Derrota não são dois opostos distantes... são dois opostos complementares. Que Vencer nem sempre depende do que você fez, mas do que você abdicou pra fazer. Que Perder nem sempre depende do que não foi feito, mas do que você equivocadamente fez. Amadurecer com uma competição. Encorajar-se com um resultado. Viver intensamente cada momento, cada derrota, cada vitória, cada amizade, cada conquista! Não deletar momentos ruins, mas extorquir deles o maior aprendizado possível. Como uma criança que, após levar um choque, aprende a não por dedo novamente na tomada. Assim é o atleta, um eterno aprendiz da própria existência. Vida de Atleta definitivamente não é fácil, mas vale à pena! Porque no fim.. o que fica não são os títulos ou as medalhas, tão triviais diante de tanto esforço. No fim, são as conquistas insolúveis que perpetuam. São elas o maior tesouro. São elas o alicerce. São elas a motivação. São elas a VITÓRIA.

Em especial, quero dedicar o texto ao Judô, que me proporcionou as maiores conquistas da minha vida. As maiores amizades. Os maiores aprendizados. As maiores superações. Mais que um esporte, uma filosofia de vida! 

- Priscyla Oliveira

sábado, 12 de março de 2011

- Universo Divino

Houve uma explosão há uns 15 bilhões de anos. O espaço e o tempo foram criados a partir dela. E, de um único ponto, surge o universo. Infinito e em constante expansão. Tão imensurável que se caminhássemos a anos luz voltaríamos ao mesmo lugar. Então, por acaso, poeira cósmica e gases se condensam formando o planeta Terra. Tudo muito perfeito e casual. E, por ironia do destino, você, caro amigo, surgiu de uma evolução química! Sim, você em toda sua complexidade e beleza (ou ausência dela) surgiu de um arranjo entre moléculas simples e condições ideais. Pra quem acredita em sorte, põe sorte nisso! Se a terra fosse mais próxima do sol, os oceanos ferveriam. Se fosse mais distante, congelariam. Mas, incrivelmente, está na posição perfeita para existência de água e de vida. Vendo toda essa magnífica perfeição, surgem questionamentos. Uma explosão teoricamente origina desordem, já afirmava a Lei da entropia (Hiroshima e Nagasaki que o digam). Mas, o Big Bang, a maior explosão de todos os tempos, deu origem a um sistema peculiarmente perfeito e organizado. E nós, seres vivos, com uma máquina corporal detalhadamente incomparável, surgimos mesmo de compostos químicos? A existência da ordem pressupõe a existência de uma inteligência organizadora. E entre "O Acaso" e Deus, prefiro acreditar em algo menos propício ao erro. Imagine uma linda praça, com todos seus elementos meticulosamente alinhados e organizados. Sua beleza é incomparável e torna-se inevitável a pergunta “Quem a criou?” Pois bem, o universo, a vida e tudo que nos cerca também é oriunda de um Criador. Alguém que tenha sua existência auto-causada, que exista por si mesmo e de si surja tudo o que se vê. O físico Amit Goswami, PHD em física nuclear, admite que é impossível pensar num mundo sem a existência de uma inteligência superior. Assim sendo, Deus é um fator terminantemente existente. Ainda que os conhecedores superficiais da ciência o neguem. Louis Pasteur afirmava que um pouco de ciência nos afastava de Deus, mas MUITO nos aproximava. É de conhecimento que analisar a existência de um Ser tão superior dispondo apenas da nossa ínfima existência é no mínimo presunção. Mas observar a ciência rendendo-se a Verdade é empolgante. Apriori, o fator fé é imbricado na questão (Fé, o fundamento da esperança, a certeza daquilo que não se vê.- Hb 11,1). Mas fazer a tênue ligação entre duas coisas tão antagônicas torna a compreensão da plenitude Divina mais lógica e consistente. 


E pra quem ainda presume que veio do acaso e que tem muita sorte, das duas uma: jogue na loteria, um dia sua “sorte” volta-se para você ou ACREDITE, conheça a Verdade e ela vos libertará.

"Sem Deus a Ciência não poderá completar os seus estudos acerca da origem do Universo, da matéria, da vida e do próprio homem". - Paul Davies (doutorado em física)

Priscyla Oliveira






quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

- Presença da ausência

Lembrança. Aquilo que todos tem, seja boa ou ruim, pois tê-la é uma das poucas coisas que ninguém pode tirar. Saudade. Aquilo que todos tem, seja boa ou ruim, pois tê-la é uma das coisas que ao ser tirada, traz alegria. As lembranças se alimentam da saudade, e a saudade cria força nas lembranças. Lembrar do primeiro olhar, da primeira palavra, do primeiro "eu te amo". Lembrar é uma ação involuntária. Mas, dentre todas as ações involuntárias, a lembrança é a que move mais aspectos da nossa vida. Move sentimento, vontade, presente, passado. Move até o futuro, quando  é pautado a partir de lembranças. Saudade. Aquela dor da ausência. Aquela presença da dor. Aquela vontade de viver, de ter, de ser. A Saudade fala por si só. É a pior dor existente, pois sua cura não depende de remédios pré-dispostos, sua cura depende da presença (e essa as vezes é rara). Muitos tem saudade do que nunca tiveram, mas isso não é saudade, é vontade. Saudade tem relação com perda, com ausência, com amor. O amor nutri a saudade e, proporcionalmente, quanto maior um maior o outro. Saudade das palavras, do silêncio, das ações e do simples abraço. Saudade de ver, de tocar, de ajudar. Saudade! Sem ela, a lembrança não teria valor. Porque o grande valor da lembrança é sentir sua falta, como um tesouro raro que, por um tênue momento foi conquistado, e por ironia do destino perdido. Guarde as lembranças, sinta saudade. A morte de uma dá vida a outra. Viva-as intensamente, e espere incessantemente. Alimente-as com amor e com o amor as sinta. E você verá que senti-las não é tão ruim quando se tem esperança de superá-las.


- Priscyla Oliveira